ARTISTA Rey Zorro

As obras multimídia da Rey Zorro nos remetem a um futurismo sem desprezar os clássicos e sem perder a ousadia de que tudo pode ser possível quando se trata de criatividade. No entanto, faz-se necessário ter talento e estar aberto para essas possibilidades, e isso esta artista tem de sobra.

Para Zorro, não existem limites nas escolhas de materiais e técnicas no seu processo de criação, colagens, uso das novas tecnologias, objectos, cores, fotografias, performances, tudo pode ser motivo para a construção de uma plasticidade sem igual e de argumentos convincentes e provocativos.

É muito confortável, classificar Rey Zorro apenas como uma artista contemporânea e multimídia, mas a sua obra vai muito além do explicável; do que se é definido; quebrando até mesmo conceitos pré estabelecidos nas engessadas definições sobre a arte contemporaneidade.

As obras de Rey Zorro se sustentam por elas mesmas, muito além dessas definições e que estão muito mais para instigar do que para explicar, muito mais para provocar do que para conformar, muito mais para nos colocar no exercício da dúvida do que na certeza tradicional sobre os limites da criação.

Um grande exemplo é “Black & White Movement”, “ Dis Installation/Favela”
“Monadology”, “Astrogirl”, que nos fazem encontrar algo que nunca procurámos mas que nos convence de que era preciso ter encontrado.
De Bowie a Blade Runner, de Alice no Pais das Maravilhas a Andy Warhol, para Zorro não há limites nas influências para as construções de seus conceitos.

Um universo de provocações que leva os expectadores a terem dúvidas se realmente existem limites para a criação. E pensar nas dívidas que têm em não possuir ousadias nas próprias reflexões sobre o que é arte.

A transgressão faz parte do seu vocabulário artístico, esse é o único ponto que Zorro não consegue nos deixar na sublime dúvida, que nos leva à amadurecer enquanto aprendizado. Interiorizar para exteriorizar, desconstrui para construir e reconstruir, isso é Rey Zorro.

Eu a conheço há mais de três anos e tenho muito interesse de trabalhar em conjunto com ela, Vicente Coda.
Artista plástico, pedagogo, especialista em arte educação e mestre em comunicação arte e cultura.

Rey Zorro é um artista conceitual multimídia que combina materiais tradicionais de arte com imagens contemporâneas do Pop. Criadora de um novo léxico chamado ‘Des Instalaçao’ , “Dis Installation Art”, ela usa tinta, tela, papel de parede, materiais industriais e materias para ‘faça voce mesmo’ a venda em lojas de materiais de Construçao, além de fotografia, colagem e
processamento digital para fazer trabalhos de extrema complexidade visual. Suas imagens são densamente divididas em camadas e contêm muitas referências ao nosso mundo contemporâneo, ao mesmo tempo em que fazem referência à rica história da arte clássica ocidental. Suas “Des Instalaçoes” e obras digitais exploram estados de ansiedade, quando as
coisas inevitavelmente se comprimem no mesmo espaço estreito e o sangramento do espaço é inevitável.

De acordo com a Rey, “Des Instalações” comentam sobre quaisquer definições ou explicações que alguém possa dar à arte e sua relevância. Elas refletem sobre a impossibilidade de uma forma de arte verdadeiramente arbitrária no final do século.

Em suas próprias palavras, “Des Instalações” são sobre “o futuro em que vivemos”.